Origens - História

 

O Eneagrama da forma como se apresenta hoje - como a descrição precisa dos nove tipos de personalidade - é o resultado da mistura de várias tradições de sabedoria, incluindo a Matemática, conceitos filosóficos, leis da natureza, até chegar a incorporar conceitos da Psicologia moderna. E justamente por ter se desenvolvido através da disseminação oral, sua origem exata não pode ser definida.

 

Alguns autores apontam que variações do símbolo já se faziam presentes há mais de 4.000 anos na geometria Pitagoriana. Há relatos de que irmandades Sufis também já utilizavam o Eneagrama para estudar o comportamento humano. É certo que em Alexandria, por volta dos séculos III e IV existiu uma contribuição marcante dos trabalhos dos Padres do Deserto, com destaque para um monge cristão chamado Evagrio do Ponto. A partir da sua vivência com outros monges no Egito, Evagrio publicou um tratado onde descrevia oito "doenças espirituais" que afligiam o ser humano. Ele as classificou como "paixões", tão grande era sua consequência danosa para o indivíduo. Posteriormente, essas paixões foram adaptadas pela Igreja para definir os Sete Pecados Capitais e aparecem também nos conceitos do Eneagrama. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deve-se a George Gurdjieff - e acerca disto não há dúvida - a introdução do Eneagrama no mundo moderno. Nascido na Armênia no final do século XIX, Gurdjieff acreditava que os povos antigos já haviam criado um "modelo científico" que ajudava a entender a psique humana e que ele continha uma metodologia que poderia ajudar no desenvolvimento da consciência. Extremamente místico e curioso, Gurdjieff, no início do século XX, relata ter encontrado esta sabedoria guardada em um mosteiro Sufi no Afeganistão. A partir daí passou a propagar o Eneagrama na Europa, ensinando-o.

 

Alguns anos mais tarde, na década de 1950 quase do outro lado do mundo, em uma cultura completamente diferente, o filósofo boliviano Oscar Ichazo, tão fascinado como Gurdjieff pelo resgate de conhecimentos antigos perdidos, começa a sintetizar o mapa do Eneagrama como é hoje, após distribuir as nove emoções(ou vícios/desvios) que governam a psique humana, na figura do Eneagrama e passou a ensinar o Eneagrama em seminários fechados na região de Arica, Chile. Deve-se a Ichazo, também, a inclusão dos instintos como elemento que determina variantes para cada Tipo de presonalidade

 

Um dos participantes destes seminários, o médico e psiquiatra chileno Claudio Naranjo, incorporou os mecanismos de defesa da Psicologia e, como lecionava em Berkeley, Califórnia, na década de 1970, levou o Eneagrama para a América do Norte, de onde iniciou a rápida expansão até os moldes em que se encontra atualmente. Grandes expoentes do Eneagrama como Helen Palmer, Don Riso, David Daniels, Russ Hudson, Tom Condon começaram estudando o Eneagrama com Claudio Naranjo.